Passarinho encarcerado
Passarinho encarcerado
Preso em sua gaiola de dor
Cantarola sua fúnebre melodia
Para o seu algoz pomposo
Que fingi não perceber
A solidão do bichinho
Não importa em nada
O lírico som
Misturado com o ranger de seu bico
Passarinho insípido de amor
Derribando em seu cárcere
Vira hobby de meros covardes
Limitado à uma cela
Impotente com suas asas
Flagelado de tortura egoísta
Corroído de seu destino
Sua alegria seria voar
Recluso na truculência
Da irracionalidade humana
Carregam esse fado
Para serem objetos musicais
Coitados dos pássaros
Enjaulados nas opressões de seus donos.