ECLIPSE
Toda cheia, eloquente e nua
Submetida
De prata vestida
Entre o Sol e a Terra se insinua.
Sem regência de tal investida
Eclipsado, Ele, se desfaz e recua
Na noite efêmera a voz: Sou tua!
Por instantes presa e possuída.
Desatado breve laço
Fina esfera busca seu espaço
Na longa espera fria e crua.
Estarrece o que se desvela
E os olhos debruçados na janela
Contempla o dia que o Sol foi menor que a Lua.