lá no sítio
lá no sítio do meu pai, tem um mato muito verde
tem pedras grandes e retas, semelhantes a paredes
tem área reta e plana, ondulada e inclinada
mas bem no alto do morro tem uma linda chapada
lá no alto eu vejo tudo, tudo que me interessa
gosto de ir lá pra cima pra olhar tudo sem pressa
o ar lá é mais limpo, tem cheiro fresco de terra
tem água que vem caindo, pela fenda da floresta
lá a água é muito boa, gelada e transparente
quero ali matar a sede, no início da nascente
lá vou amarrar a rede, de baixo do sobragi
pra ouvir o sabiá, e com seu canto dormir
o lugar é bem jeitoso, tem ipê grande e frondoso
tem paineira palmito e palmeira
tem também a quaresmeira
gapuvuru bem amarelo, muito alto grande belo
licurana tem também quanta planta o sítio tem
cada árvore uma morada, que abriga a passarada
gralha azul bem barulhenta, qualquer um ela afugenta
saracura corre no chão, se esconde pelo matão
joão de barro sainhasul, bentive inhambú
que bonita passarada nos galhos empulerada
aqui ficarão livres, mas nunca engaioladas
lá no sítio do meu pai quero que o mato cresça
bem verde fechado bem denso, pra não entrar nem pensamento
deixar a vida nascer, deixar tudo crescer
lá no sítio do meu pai que não tem como esquecer.
autor: gabriel de brida
data: 04/08/2017.