Áureo Maestro que orquestra emplumada

Áureo Maestro que orquestra emplumada

Põe a cantar sob um mar cor de mel

Ornado e repleto de alvas, ó céu,

Doces nuvens, manhã flava e nublada.

E, em sua ascendência fulgurante,

Sobre o verde orvalhado de cristais

Líquidos, brilhantes, celestiais,

Derrama fluorescência aconchegante.

No apogeu de seu império, vestindo

Leve manto azulado de monarca

Segue, sereno, em majestosa barca

Ao poente, tudo descolorindo.

Apresenta-se o ocaso, róseo, belo,

Com sua fúnebre e calmante presença

Revela de estrelas mil a nascença

E o declínio do orbe amarelo.

O agora negro céu a cintilar

Como se um ambíguo choro chorasse,

Como se ao benévolo rei amasse,

Este que nunca o deixara brilhar.

Destaca-se em meio a treva infinita

A dama pálida, só, emanante

Numa aura gélida, inebriante,

Envolve a terra, absorta, aflita.

Assim, de forma bela e cativante,

Por um espetáculo esplendoroso

A Lua deixa o Universo orgulhoso

E a platéia inteira ofegante.

Abdicando do trono, imaculada,

Imota, permanece ao céu leal

Para assim contemplar, sem outro igual,

Rompimento de uma nova alvorada.

Pedro Paz
Enviado por Pedro Paz em 28/07/2017
Código do texto: T6067017
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