MODERNO OU PARNASO

MODERNO OU PARNASO

Ouço dentro de mim

os versos que cantam

os ruídos das águas

por entre as pedras limosas,

enquanto os peixinhos

multicolores me encantam

comendo as algas

que boiam verdosas.

Versos que também

emergem das sombras solares

e são levados pela

passagem afoita do vento;

e se aprazem em cantos

em meio as noites de luares,

e aspiram os aromas florais

com suave alento.

Não tenho como conter

a sua fluidez bem natural,

como o rio a correr manso

por entre florestas e savanas;

e se vão bem poéticos

pela inspiração essencial,

que não se atém às clausuras

normativas humanas.

Porém, só agora, após

o cessar da chuva torrencial,

é que os meus versos

se recolhem ante a beleza

do ocaso; mas eles se refazem

a cada novo instante de meu

pendor espiritual a compor

o poema, que pode

ser moderno ou parnaso.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 03/07/2017
Código do texto: T6044307
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