CANÇÃO A SERRA DO ESTRONDO

Trum, trum, trum, trum, trum...

Relâmpagos e trovões juntos num

Barulho em forma de estrondo

Na Serra que tem maribondo

Angim, surrão, de carne, vaqueiro

Nesse canto natural brasileiro.

Paraiso dela não se esconde

Aonde quer que o paraisense ande

Cidade e Serra companheira

Que tem palmeira e gameleira

Meu coração segue firme por aqui

Aonde tem landi, tingui, buriti, piqui...

Por te, meu coração segue e não acaba

Pela mutamba, mangaba, bacaba...

E, para te preservar, há quem diga

Quão lindo o pé de mirindiba, acerte e briga

Pela rica e bela flora da Serra

Que querem derrubar com motor serra.

Serra do Estrondo feita com capricho

Tem maria mole, tucum, carrapicho,

Angico branco, agelim pedra e enfeite,

Cipó imbé, cipó de corda, cipó de leite,

Japecanga, juquirana, jipioca, cansanção,

Tens meu coração, meu grito, minha canção.

Lugar ímpar e com flora rica,

Cedro, pao-de-óleo, tiririca,

Embaúba, peroba, timbó, cajuí.

Faz-me sorrir querendo ficar aqui

Nesse verde e oxigenado ninho

Cheio de ingá, jatobá, coqueirinho...

Em tamanha diversidade e bonança

Vão a cigarra, o louva a Deus, a esperança,

Jibóia, cascavel, jararaca, cobra verde, sucuri,

Abelhas papa terra, oropa, tataíra, jataí,

Camaleão, tiú, formiga, carrapato, lagarto,

Todos livres em cada rumo nesse mato.

Os paraisenses contigo no seio

E as aves e pássaros no teu meio:

Tucano, siriema, jaó, joão de barro, pipira.

Não há coração que resista e logo pira

Com o canto do curió, sabiá e bem te vi

E eu que nasci para morrer aqui...

Trum, trum, trum, trum, trum...

Periquito verde jandaia, mutum,

Jacú, urubú, nanú, tiziu, nhabú.

Nos rios de lá, pacú, piau, inhu.

Gente boa saboreando e dizendo hum

E, no peito, batendo: tum tum, tum tum...

Dia de sol ou de chuva, com lua ou sem

A fauna com diferentes animais tem

Subindo madeira ou descendo ladeira

Anta, tamanduá mirim ou bandeira,

Lobo guará, guariba, gambá, preá.

E quem sorria com a cutia, tatu, peba aculá.

Serra do estrondo de morro redondo

Mês de abril, Paixão de Cristo, andando

Pelas tuas grandes escadarias

Desfrutando de tuas especiarias.

Alguns louvando e vendo os serranos

E isso se repetindo todos os anos.

Situada na região Central do Estado

O Tocantins e Paraiso tens coroado.

És uma Serra tão linda e forte

Que, por incidência de raios, teve morte

E o Padre Miguel Kirwan a conquistou

Em 1963, o primeiro para ráio instalou.

Hoje como consolo e companhia

Tens, anualmente, grande romaria.

Anoite e de dia rumo a Igreja

Bem no alto que a todos beija

Além de muitas outras torres

E há quem, aos teus pés, viva amores.

Serra que tem muvuca sem arapuca

Aonde o corpo se alegra e não caduca

Pela picada da mutuca maluca...

Serra que não nos machuca, nem inculca

Correndo córregos como o Mumbuca

E o ribeirão São Jorge que nos cutuca...

ANGELLY BERNARDO
Enviado por ANGELLY BERNARDO em 16/06/2017
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