AMAZÔNIA
AMAZÔNIA
autor: j.r.filho
Amada terra dos meus ancestrais...
Berço natural de minha nobre raça,
porvir risonho que ficou pra trás
envolto hoje em nuvens plúmbeas de fumaça.
Ventre equatorial do mundo silvestre
por séculos viveste, assim nesse encanto,
exalando aromas e fragrância campestre
abrigando a vida em teu verde manto.
Teus rios cantavam canções marulhentas...
Seres multiformes, em festa constante,
brincavam nas tuas águas turbulentas
vivendo um período hoje bem distante.
Tua exuberante floresta nativa,
de troncos banhados por mil igapós,
é, atualmente, de estranhos cativa;
já sem arvoredos, lianas ou cipós.
Teu solo fecundo, em tempos de outrora,
tornou-se exaurido pela erosão
desde que estrangeiros, com “armas de fora”,
lançaram na terra a degradação.
Tua gente briosa, que, com harmonia,
contigo mantinha relação natural
perdeu de há muito sua hegemonia
e vive, hoje em dia, a tragédia final.
Oh, Tupã! Protetor, vermelho, de minha terra,
salvai da catástrofe a grande Amazônia...
Seus ecossistemas sofrem insana guerra:
Precisam que parem com tamanha infâmia.
Meu grito retumba, e ecoa por teus vales,
clamando atenção e solidariedade...
Que Deuses e Homens te livrem dos males
e salvem o Patrimônio da humanidade.
Amélia Rodrigues-Ba. 1986.
Em homenagem a Semana do Meio Ambiente.