Enredo matinal

Manhã abóbora, acendia

Em esmalte o calor

Às cinzas sóbrias rescindia

Por ter dado a cor

Em nuvens quais escureciam

Ao Sol em bordas

Soltas do raiar, neutras sorriam

A mentir abóbadas

Pintar e despintar em tela fria

Qual enredo

Quão o êxodo constelaria

Sem segredo

Luz oposta, a manhã suntuosa

Escolhia

A pender num laranjal em prosa

De mal-cria

E aí no pêssego, a chuva caía

Azul de fôlego, cald'água tingia