Vida: Amor de flor
Floresço tal qual o sol me queima,
e descanso assim como ele faz.
Porque se cresto, deitada ainda teimo,
em ser forte, persistente, importante na paz.
Meus ombros, inúteis, ainda que levem
esse calor por uma vida inteira.
Nessa secura alva, nunca se perdem,
como momentos escuros e estreitas beiras.
Escondo-me nas estrelas, pelas noites, sempre;
após pesadas cargas de olhares quentes;
mas se compensasse ser como trempe,
buscaria a lucidez, de fogo e gente.
Mas tão frágil é que tremo e balanço,
suportando braços e raios de luz que me sufocam.
Se me perco nesse chão, que eu me canso;
talvez descanso; não sei caules, o que suportam.