CAATINGA, NOBRE VEGETAÇÃO
Caatinga
Eita vegetação misteriosa
Do espinheiro nascem rosas
Da aparência fúnebre, camuflada
Se renovando em cada invernada
Em folhas verdes o sertão.
Caatinga
Como pode esta visão:
Galhos secos, mortos, vivos
Sem nenhum fruto ou atrativos
Nem sombras, só espinhos
Tem a oferecer nessas veredas,
Aprisionar meu coração.
Caatinga
Paisagem fina, rebuscada
Em cores cinza e esverdeada
Pelo sol e pelas chuvas
Mortes de gado, tantas viúvas
Alimenta-me esta paixão.
Caatinga
O teu solo é diferente
No mundo todo não há igualmente
Até os bichos se distingue
Insetos cantam em repente
A triste vida, mas amada
Tanto amor e odiada
Sentimentos contradizentes
Grita o peito de tua gente
“Caatinga, nobre vegetação”.