O Bicho da goiaba
Um mundo de delicia e nele me encontro submersa
E agradeço a minha mãe azul que aqui me colocou
Em toda minha volta descortina-se o meu universo
Perfumado e saboroso em banquete se transformou.
Como posso descrever com as palavras o que sinto
Tudo em minha volta é um doce convite ao deguste
Polpas saborosas alimentam o meu refinado instinto
Onde somente vislumbro realidade nada de embuste.
Não me preocupo com a elegância e com a estética
A minha natureza é deliciar e extravasar ao extremo
Não me preocupo com a boa forma esbelta e atlética
Nada me seduz tanto a não ser este prazer supremo.
Em lambuzar-me na essência de uma fruta madura
Que me oferece de bandeja a querida mãe natureza
Satisfazendo o meu desejo com seu amor e ternura
Por mais insignificante que um bicho de goiaba seja.
Um bicho que vive nos labirintos de uma doce fruta
Degustando com muito prazer o banquete de delicias
Cavando com prazer as profundas adocicadas grutas
De outros mundos não me interessa nenhuma notícia.
Sou um bicho feliz e me alimento somente de goiaba
Enquanto dure este banquete nela bem feliz eu viverei
Mas como em nossa vida tudo termina e um dia acaba
No final desse meu banquete para onde vou eu não sei.
Talvez eu vá parar no papo de uma ave bem faminta
Talvez eu vá ficar zanzando por ai pelo velho mundo
O que é bem provável é que a minha vida seja extinta
Por isso pretendo aproveitar até o meu ultimo segundo.
Saboreando esta delícia que a goiaba doce me oferece
Ou até quando a última polpa desta fruta madura existir
Sei que para mim um novo amanhã não mais amanhece
E morrerei bem feliz se neste momento eu me explodir.