O VAGAR DA HORA
Nas tardes puídas, o pálido tempo,
Disfarça-se na sonolência do poente,
Sob a couraça do horizonte.
uma cripta que se alimenta de tédio
A noite já perto, me mostra
então seu ventre, pelas silhuetas das montanhas,
Por entre as cortinas de luzes de cobre.
A noite é fêmea e se aproxima suavemente,
com sua pele macia e seu hálito fresco.
Ela calmamente estende seu lençol de escuros
Sobre todos.
Depois, humildemente,
Se deita com os homens
Para acariciá-los e aliviar-lhes
A tribulações do sol e da vida
Nos seus espíritos atormentados!