Devastação

No lugar do anjo, plantei a semente.

Florestas são como gente: nascem também,

morrem algum dia, servem muito!

Uso do que abuso e do mal trato.

O homem não é víbora nem macaco,

mas atrevido ser que se embala nos abusos,

estragando o mundo, corrompendo falas.

Quando eu puder, serei como a semente pura,

desnuda e coberta, sedutoramente, pela terra,

esperando ser cevada por olhos de esperança.

Nenhuma riqueza nasce fora dela.

Nada reconheço que não venha da terra,

até o amor feito sob as sombras das grandes árvores,

nos pés das cachoeiras, infinitamente, admiráveis

pelos olhos que plantam anjos desseivados,

para transformar o mundo em lugar de poucos.

Se o homem entender-se finito e responsável,

diria à semente com o espírito lavado:

dorme pouco sob esse colchão maravilhoso,

dá-me fruto frondoso de qualquer árvore doce,

para que eu seja outra semente responsável!