FLOR LARANJADA

No silêncio tropical do anoitecer,

Brilha a lua não-fixada lá no céu.

E, na floresta chora um homem, pelo fel:

Amarga a dor de um amor que não teceu.

Na fria noite da floresta tenebrosa,

Suas lágrimas qual sementes caem no chão:

Derrama-se o coração do homenzarrão,

Que a floresta tornou pequenininho.

Já cantam as aves o raiar do novo dia,

Fazendo o tal homem fugir dessa paixão,

Varando, desprezado, outros rincões...

Das lágrimas brotaram, nessa terra,

Tantas plantas, como a laranjeira em flor:

Herança do seu fel, de mal-de-amor.

Se perpetua nessa terra seu memorial de dor!

Capanema – PA, 2006.

SOUSA DA SILVA Jonas Matheus
Enviado por SOUSA DA SILVA Jonas Matheus em 10/03/2017
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