ANGÚSTIA TORRENCIAL

Gripado, em plena manhã,

No frio da chuva ludovicense,

Apenas contemplo velhos prédios

E não sinto a paisagem estranha,

Na friagem inocente,

Pois, resfriado, estava entediado!

Mal consegui ler Giordano Bruno,

Com náusea de existir naquele dia,

Com muco a me vedar narinas

E a saudade do amor de outubro:

Presença da amada com alegria,

E sua ternura a coroar-me a vida.

Foi quando apareceu entre plumas

Intumescidas, um pombo, ave solitária,

Ao lado de uma caixa-d’água:

Aquecido em suas penas escuras.

Sobrevivendo àquele frio diário,

Embaixo daquele “pau-d’água”.

São Luís – MA, 15 de abril de 2011.

SOUSA DA SILVA Jonas Matheus
Enviado por SOUSA DA SILVA Jonas Matheus em 10/03/2017
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