MISTÉRIO
No raiar de um novo dia,
Da janela do quarto, contemplo
O despertar da natureza, sob a luz.
Natureza enriquecida, que reluz!
Não parece ter ocaso esta luz
Colorindo tudo, qual cauda de avestruz,
Na brisa matutina que foge ao tempo:
A esperança se refaz em mais um dia.
Ó, passaredo, cantai, voai!
Cortai o alto alvi-azul!
Fazei a festa no céu,
Ao passo que os galos cantam à luz!
Estes, fiéis à tradição que os conduz,
E os seus pintinhos não cantarão ao léu...
À luz astral de “tupã-açu”,
Dos pássaros, ladeado, pelo voo.
As árvores dançam num ritmo divino,
Que dá à vida um novo sentido:
O mistério se espalha no ar,
Porém, de maneira lúdica,
Deus bendiz suas criaturas.
Estão, Seus anjos, a Lhe louvar,
Na ordem que remonta ao princípio,
Na vontade divina, imergindo.
Capanema – PA, 2006