PEIXES DO CONVENTO
Ó, meus amigos,
Eu vos falo, sobre isso:
Quem é verdadeiramente faminto?!
No convento,
Verdadeiramente faminto,
Não é o frade que rouba a despensa.
Verdadeiramente faminto,
É aquele que, na madrugada,
Desce veloz ao tanque de peixes.
E sem mais esperar,
Este pobre faminto
Apanha um, dois peixes...
E, no mais tenebroso silêncio noturno,
Com água na boca,
Devora-os.
Assim, os indefesos peixinhos
São tão bons...
Ao paladar do fradezinho.
Ó, pobres peixes conventuais,
Quão terrível é
A vossa sina!
Marabá – PA, 05 de junho de 2008.