QUADRO ARTÍSTICO
Despontavam à janela,
Os primeiros sinais da noite brava
E lá fui eu com grã cautela
Apreciar o show que me chamava.
Debruçado ao peitoril
Pude contemplar esse quadro artístico:
Tímida, a lua me sorriu
Envolta ao luzir de cada asterisco.
Nessa grandiosa lagoa
Flutua a lua – tal qual um cândido cisne
- Sem deixar que o breu, que voa
Sem rumo pelo firmamento, a tisne.
As nuvens livres no céu
Foram, por um bom pintor, pinceladas
Nesse gigante papel
Que foi alcançado por altas escadas.
A noite com seus negrumes
Acolhia no ventre de sua penumbra
Incontáveis vaga-lumes
Soltos numa sincronia que deslumbra.
E é nesse infinito infindo,
Em meio a múltiplos tons de gris e anis,
Que me perco e acho e me findo,
Me aflijo, me animo e fico feliz.