Bem vinda seja, tempestade!

Da janela descortino nuvens negras

Acompanhadas de ventos fortes

Que avançam e sopram em demasia

Ventos que tocam nas árvores sedentas

Cujas folhas farfalham agradecendo a dádiva

Das águas que prometem e, certamente, virão

Para que elas se mantenham vivas

E cumpram na terra a sua missão

De salvar inúmeras outras vidas

Nesse cenário plúmbeo e árido

Raios e trovões furiosos

Também reclamam seus espaços

Porém, por possuírem índole perversa

Não merecem guarida

Fiquem nos seus devidos lugares

Mensageiros catastróficos!

E deixem em paz as negras nuvens

Para que elas possam nutrir vidas

Para falar a verdade

E para o bem da humanidade

Sem causar nenhum espanto

Rogo que a natureza se derreta em prantos

Para aguar o solo sedento e ressequido

Bem-vinda seja, tempestade!

Salvador, 21 de novembro de 2016.

Valmari Nogueira

Valmari Nogueira
Enviado por Valmari Nogueira em 30/11/2016
Reeditado em 09/02/2017
Código do texto: T5839534
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