VERSOS NATURAIS
Não sei fazer poesia
sem que me cative a natureza,
porque ela sempre
expressa Deus naturalmente.
Agora mesmo,
vejo uma borboleta voando
com singeleza. Decerto
ela quis que eu a visse,
para que seja convidada
a fazer parte de minha poesia
plenamente. O vento que passa,
deixa em minha poesia
o perfume agradável da flores
e parece que nesse
instante, algumas abelhas
colhem o néctar, para depois
adoçarem os meus versos naturais.
Amo mais a natureza
do que a mim, porque a minha
alma é apenas uma, dentre
as eternidades concebidas
pelo Criador. Não sei fazer
poesia sem sentir a paz de Deus
na essência das coisas
transcendentais!
Só renovo a minha poesia
porque retiro da natureza
os elementos solitários que motivam
a minha inspiração. Observo
o viver organizado das formigas.
Para saber como elas vivem,
a minha alma miniaturizada
entra no formigueiro porque sabe
que dentro dele, Deus transfere
pra elas a sua sabedoria mais simples.
Às vezes, a minha poesia
é interrompida, porque as palavras
ficam presas debaixo das pedras,
no fundo dos rios, em cima das frondes,
no interior das tocas, no oco
das madeiras, nas grotas frias,
na queda das cascatas, etc, etc.
Mas é só por alguns instantes, porque
quando elas se desprendem, mediante
o influxo poético, o poema cumpre
a função de concluir-se com naturalidade.