PRAIA SILENCIOSA

Chego em você e vejo a areia deserta.

Lembro-me bem dela, de gente vivia repleta.

Hoje, não há mais gente, não há mais brincadeiras,

ninguém mais sua camisa.

Só lhe restou a efêmera brisa.

As ondas gigantescas não lhe chegam mais.

Você tornou-se o sinônimo da paz.

A juventude não quer mais saber de você,

o sol em brilhar não tem mais prazer.

Onde estão aquelas beldades que lhe ornamentavam?

Onde estão os surfistas que em você arrasavam?

Todos os dias eu chego, e vejo a paisagem mais vazia;

desapareceu até o cheiro da maresia.

Os turistas aqui estiveram, mas não lhe pisaram.

Mas por que, se os dias frios passaram?

Lembro-me que o mar fazia festas aos "domingueiros",

agora, serve de estacionamento aos veleiros.

A meninada no futebol não exagera mais.

Os jovens não investem mais nos luais.

A areia deserta já virou um fato normal,

e você, fica guardada na escuridão total.

Você é silenciosa,

você é toda quieta!

Não lhe nasceram palmeiras vistosas,

mas na qualidade de calmaria,

você no ponto acerta.

-Gabriel Eleodoro

Rio de Janeiro, de 07 a 11 de outubro de 1999.

Gabriel Eleodoro
Enviado por Gabriel Eleodoro em 26/10/2016
Código do texto: T5804277
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