Alvorada

No principio,

A Lua e o Sol lhe foram dados

E sua alma desabrochou para o esplendor de suas luzes contemplarem

E pelo instinto movido

Todo o anoitecer e alvorada

Correu através do verde e do cinza

Através dos bosques noturnos da morte

Temendo todos os maus

Por dias, você cresceu

Mas suas pegadas revelam teu passado e os guiam até seu futuro

Por dias, você sussurrou

Por dias, você existiu

Inquieta era sua inocência

Perfeita era sua fragilidade

Mas, sem piedade

Ouço seu coração pulsar tão rapidamente

Tão frágil era seu musculo

Tão macia era sua carne

O vermelho da terra e de seu sangue

Em apenas um se tornou

Tão violentos eram em seus uivos

Tão rapidamente sua vida foi extinta

E antes que a alvorada iluminasse teus olhos

que por vinte dias

e vinte e uma luas

Temeu todos os maus através dos bosques noturnos

As raízes e rios de seu corpo

ao pó já retornam ao alvorecer

E sua alma

Mãe Natureza...

Acolheu

Desabrochou

Para Seu esplendor contemplar

Corre toda criação pelos seus tons

pois luz é

Desliza entre ofélias

Por oceanos inspira e por flores expira

Você sente

Você existe

Pelos bosques noturnos da morte

Canta uivos

Todo anoitecer e toda alvorada

Pela tempestade toca sua melodia

Carrega natureza entre montanhas e oceanos

Habitou nos lobos

Habitou no putrefato

Temendo mal algum

E de repente

Através do ciclo,

Através da neve que cai até florestas brancas

Viu que era bom

E, por um momento,

com os cosmos a sonhar

Ela o desfaz

Não por piedade

Ela o transcende

Rompe suas águas

Rompe a escuridão de seu ventre

E mais uma vez,

A Lua e o Sol lhes são dados no sangue de sua mãe

E em seu primeiro choro

Inquieta era sua inocência

Perfeita era sua fragilidade

Leo Gehring
Enviado por Leo Gehring em 02/10/2016
Código do texto: T5779447
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