A ROSA QUE SE DOA
Na singeleza de um botão,
Silenciosamente, ela foi gerada!
Enquanto os olhos humanos fixavam-se na imponência da roseira,
No interior do botãozinho despercebido,
A vida, a cor, a arte divina se formavam entrelaçadas...
De repente, as paredes verdes do botão,
Num parto de ternura,
Rompem-se, libertando a vida que trouxera em si,
Em forma de delicadíssimas pétalas!
Bem entrelaçadas, abraçadas ainda,
Elas se deixam captar pelos sentidos sensíveis,
Em cores ainda tímidas e um suave perfume!
A manhã, a tarde, a noite,
A força espetacular da natureza
Foram agindo naquele abraço
E, bem devagarinho, com as pompas de uma rainha,
A encantadora rosa foi se abrindo
E exibindo toda sua exuberância!
Agora, ela está lá.
Agora, todos que passam têm a atenção voltada para aquela rosa!
É inacreditável que tantas pétalas tenham se formado
No silêncio e no anonimato daquele botão!
E a fragilidade da hastezinha que sustenta a rosa
Fê-la inclinar-se
E agora, ela está lá,
Doando-se à sensibilidade dos que passam
E até ao alcance da mão...
Pena que seu existir seja tão breve, tão efêmero!...
Mas, enquanto dura,
Enquanto reina no jardim,
Doa-se por inteira,
Fazendo-nos perceber quão intenso é o carinho do Criador
E quão suaves são Suas mensagens para nós!