A ROSA QUE SE DOA

Na singeleza de um botão,

Silenciosamente, ela foi gerada!

Enquanto os olhos humanos fixavam-se na imponência da roseira,

No interior do botãozinho despercebido,

A vida, a cor, a arte divina se formavam entrelaçadas...

De repente, as paredes verdes do botão,

Num parto de ternura,

Rompem-se, libertando a vida que trouxera em si,

Em forma de delicadíssimas pétalas!

Bem entrelaçadas, abraçadas ainda,

Elas se deixam captar pelos sentidos sensíveis,

Em cores ainda tímidas e um suave perfume!

A manhã, a tarde, a noite,

A força espetacular da natureza

Foram agindo naquele abraço

E, bem devagarinho, com as pompas de uma rainha,

A encantadora rosa foi se abrindo

E exibindo toda sua exuberância!

Agora, ela está lá.

Agora, todos que passam têm a atenção voltada para aquela rosa!

É inacreditável que tantas pétalas tenham se formado

No silêncio e no anonimato daquele botão!

E a fragilidade da hastezinha que sustenta a rosa

Fê-la inclinar-se

E agora, ela está lá,

Doando-se à sensibilidade dos que passam

E até ao alcance da mão...

Pena que seu existir seja tão breve, tão efêmero!...

Mas, enquanto dura,

Enquanto reina no jardim,

Doa-se por inteira,

Fazendo-nos perceber quão intenso é o carinho do Criador

E quão suaves são Suas mensagens para nós!

NEUSA RAMOS
Enviado por NEUSA RAMOS em 17/08/2016
Código do texto: T5731270
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