A Dança louca das Sombrias Borboletas

Algum desequilíbrio me invadiu de borboletas

De asas curtas, miúdas, todas pretas

Pobres leguminosas; precisariam de bolhas

Pra resguardar dessas lagartas algumas folhas

Lagartas lesadas, cansadas

Perseguidas pela passarada

Escorrendo em seus fios viscosos

Assombrando os transeuntes mais medrosos

Sombreiros sem sombra. Só sobras. Mais nada.

Broto e folha soçobrando diante da turba alada.

Borboletas todas pretas, miríade medonha

E eu observando o panapaná como quem sonha

Desejando que celeremente o equilibrio perdido

se recomponha.

fev/2016