Pantanal
Na bela planície alagada
Surge em abundância a vida
Repteis, pássaros e mamíferos
Levam o pantaneiro à lida
Um espetáculo de cores
De uma natureza exibida
Aos olhos de quem quer ver
A paisagem é desmedida
Tem tantas nuances e tons
Que o mais descrente duvida
Se a imagem é verdadeira
Ou uma imensa tela florida
Seis meses do ano fica
Seca expondo as feridas
Feitas por mãos humanas
Em uma prática suicida
De destrutivas queimadas
Na sua pele tão querida
Muita poeira no estradão
Parece uma grande avenida
Em que as retas desse chão
São verdades não fingidas
E o morador, em sua cabana,
Tem no tereré sua bebida
Ao retornarem as chuvas
Eis que tudo ali convida
Para a renovação da terra
Em que uma beleza atrevida
Encanta a todos que passam
Com tanta diversidade adida
São variados tons de verde
De uma flora “des – conhecida”
Os ipês com muitas flores
Tão vivas e bem coloridas
Para os caminhantes dali
As sombras lhes dão guarida
Águas se espalham nos campos
Bovinos se fartam de comida
Jacarés observam discretos
A garça branca convencida
Catando pequenos insetos
Sentindo-se bem protegida
Araras em festa gargalham
Elegantes e bem vestidas
O colhereiro em tom rosa
Completa a imagem parida
E o alto tuiuiú se destaca
Entre as aves em festa reunidas
Vários tucanos se exibem
Em uma dança solta e fluída
Muitas capivaras em bando
Se põem a desfilar unidas
E as onças observam felizes
A fartura pelo Criador, ungida
Com certeza é obra de Deus
Inspiração sob medida
Para que o homem aproveite
Deve ser bem protegida
A fim de que jamais aconteça,
Desse espetáculo, uma despedida.
Peço desculpa ao não citar
Todos nessa minha investida
Peixes, veados, seriema etc
Sucuri que prefere o abraço, à mordida
É tanta variedade, que findo por aqui
Dando minha missão por não cumprida