Considerações meritórias – Parte ll Da comunhão com o mato
No céu do mato, as estrelas encontram o chão do horizonte.
O crepúsculo, longe de cimento, tem mais cores que o arco-íris.
No musical da lagoa, grilo toca blues, e rãs dançam jazz. O deus de dentro coreografa a batida das almas.
Bica d'água é um toca discos natural, canção de ninar os pequenos.
Corixo é um desejo novinho de alcançar a vastidão do desconhecido; Água corrente, fosse menino solto devorando a vida, crescendo para o infinito.
Céu coalhado de nuvens é uma indecisão entre azul e branco – céu craquelado.
Uma correição de estrelas corta o céu. Alguém batizou de Via Láctea.
Iguapé foi plantado n’água porque não vive sem movimento.
Dente-de-leão ensaia uma vida toda para apresentação única – desenho de uma revoada passarinheira – o vento comanda o espetáculo.
Poeta embrenhado no mato devora paisagens – com lentes da câmera o efêmero, com lentes da alma o eterno.
inspiração - fotografias do último acampamento