Inverno Em Versos Brancos

Arde a lareira com seu hálito quente grassando corpos e espaços

Ao rigor da estação, não faltarão as boas flanelas , Deus o permita!

A carne gorda em grandes tressalhos sobre a mesa

E o gole aquiescente ao coração compresso...

Momentos que descem em preces enevoadas suplicantes de desejos

Sementes que carregam ao ventre fileiras ensolaradas de vida

Por retorno às janelas verdes das férteis madrugadas

Mas, lá fora, posto está o luto!

Escondem-se as verduras, a saraiva põe -se em silvos, os granizos se trovejam, natureza envelhece!

O vento feroz, que, causticante bate à porta em garras afiadas, são fantasmas!

Espectros sonâmbulos da noite a visitar todas as partes

O lago agora é vidro e as horas passam-se em veios alargados!

Um arbusto vira noiva e pende-se em tules brancos

Uma colina ora veste-se de açúcar candy

Véus nevados chorosos descem as vidraças

E as avas em vôos alvejados , dão chilreios amorfos ao longe...

Campos de flores despedem-se do vale frio

Qual sonhos de moça, às boninas, suspiram!

Natura geme em cantos tristes de saudade!

Elegias circunscrevem-se às campas!

Ave - Marias desfiadas na noite

Retrato natural d'um inverno gelado!

Regina Caelli

Em interação com cavenatti:

"O dia se recolhe no inverno, quer ser forte para o brilho da primavera!"

Obrigada pela bela interação!

*Versos Brancos : Versos sem rima,

mas aqui , também poderão ser entendidos

como versos "hibernais"..rs...

Deixo-os à interpretação dos que aqui os

vierem a ler.

Regina Caelli
Enviado por Regina Caelli em 27/06/2016
Reeditado em 06/07/2019
Código do texto: T5680368
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