Inverno Em Versos Brancos
Arde a lareira com seu hálito quente grassando corpos e espaços
Ao rigor da estação, não faltarão as boas flanelas , Deus o permita!
A carne gorda em grandes tressalhos sobre a mesa
E o gole aquiescente ao coração compresso...
Momentos que descem em preces enevoadas suplicantes de desejos
Sementes que carregam ao ventre fileiras ensolaradas de vida
Por retorno às janelas verdes das férteis madrugadas
Mas, lá fora, posto está o luto!
Escondem-se as verduras, a saraiva põe -se em silvos, os granizos se trovejam, natureza envelhece!
O vento feroz, que, causticante bate à porta em garras afiadas, são fantasmas!
Espectros sonâmbulos da noite a visitar todas as partes
O lago agora é vidro e as horas passam-se em veios alargados!
Um arbusto vira noiva e pende-se em tules brancos
Uma colina ora veste-se de açúcar candy
Véus nevados chorosos descem as vidraças
E as avas em vôos alvejados , dão chilreios amorfos ao longe...
Campos de flores despedem-se do vale frio
Qual sonhos de moça, às boninas, suspiram!
Natura geme em cantos tristes de saudade!
Elegias circunscrevem-se às campas!
Ave - Marias desfiadas na noite
Retrato natural d'um inverno gelado!
Regina Caelli
Em interação com cavenatti:
"O dia se recolhe no inverno, quer ser forte para o brilho da primavera!"
Obrigada pela bela interação!
*Versos Brancos : Versos sem rima,
mas aqui , também poderão ser entendidos
como versos "hibernais"..rs...
Deixo-os à interpretação dos que aqui os
vierem a ler.