Ela
Através da janela
Observo a intensidade
Da chuva que cai.
Sem dar tréguas.
Vento...Ventania...Vendaval!
Árvores se dobram.
Folhas se arrastam.
Flores se desintegram.
Formigas trabalhadoras...levadas sem piedade!
Cigarras assustadas...não cantam mais!
Passarinhos?Cadê seus ninhos?
Em algum lugar...logo ali
Devastação.
Gritos de dor!
Seres humanos desprovidos
De suas bagagens vitalícias.
Triste imagem.
E pensar que ELA...
Com sua linguagem espontânea
Tão formosa e bela
Dia a dia dá vestígios de seu poderio...
E de seu descontentamento.
E o ser humano ...desumano...egocêntrico
Não lhe dá ouvidos:
Cadê meus verdes?...
ELA pergunta incessantemente.
Olhares atônitos...
Tarde demais!
ELA desistiu de colorir
E florir a vida.
Tarde demais!