NEVOEIROS

Meus dedos acariciam o vento

Que ruge desvairado e soberbo

Enquanto isso sozinho eu bebo

E ao pensamento hostil enfrento.

Velo pelo frescor do que é brisa,

Minhas mãos afagam tempestades

Que cruzaram no tempo as idades

E deixaram rastros que é só cinza.

Meus pés pisaram nos torvelinhos

Que levaram barcos tão novinhos

Ao inescrupuloso fundo dos mares...

Olhei nas brumas das horas incertas

Vendavais que sopraram sobre setas

Dos corações mutilados nos altares!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 10/06/2016
Código do texto: T5662739
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