Amor de passarinhos
Como dois flocos de algodão amarelo
Executando uma dança de modo singular
Sobre o telhado da vizinha tão singelo
Dois canarinhos eu me vi a observar.
Submissa e calma de maneira terna
Aguardando ali parada sem sair do lugar
A fêmea do canarinho sua vez espera
Que seu macho venha lhe fecundar.
Da direita pra esquerda ele pula sobre ela
Mas na volta à direita sobre ela irá pousar
Cumprindo seu papel sobre ela deita
Possui a canarinha e salta pro lado de lá.
Novamente volta pra esquerda
Saltando sobre ela sem a tocar
E a dança continua de maneira perfeita
De cá pra lá e de la pra cá.
Como é bela a natureza! Exclamo em deleite
Vendo a paciência da fêmea a esperar
Humildemente o recebe e aceita
Por ele ser fecundada sem protestar.
Sempre que ele sai e pula para o lado
A femeazinha se sacode toda
Se acomoda e espera seu namorado
Para a dança começar de novo.
A dança só para quando um homem nojento
Se acha no direito de os importunar
Acusando os canarinhos de indecentes
Agitando os braços para os expulsar
Diante de tal cena eu me retirei
Pois não estava ali pra desafiar
Aplaudo os pássaros e sua lei
E o que fazem para se perpetuar
Triste é o homem que utiliza_se do sexo
Para diversão e no sadismo maltratar
Pois aquele que expulsou os passarinhos
A natureza não é capaz de amar
Vê indecência em dois canarinhos
Que cumprem seu papel sem molestar
A ninguem que passa e depois no ninho
Vêem nos filhotes, a sua espécie continuar.
Numa agressão a Deus na natureza viva
O homem continua a destruir sem parar
Mata, vende, queima extinguindo a vida
Que bem na nossa frente teima em pulsar
Salvem os passarinhos e esta bela natureza!!!
Deixem nos cumprir seu papel sem pesar
Foi Deus quem os fez e a toda essa beleza
E tudo o que eles fazem é pra se preservar.