Amor de passarinhos

Como dois flocos de algodão amarelo

Executando uma dança de modo singular

Sobre o telhado da vizinha tão singelo

Dois canarinhos eu me vi a observar.

Submissa e calma de maneira terna

Aguardando ali parada sem sair do lugar

A fêmea do canarinho sua vez espera

Que seu macho venha lhe fecundar.

Da direita pra esquerda ele pula sobre ela

Mas na volta à direita sobre ela irá pousar

Cumprindo seu papel sobre ela deita

Possui a canarinha e salta pro lado de lá.

Novamente volta pra esquerda

Saltando sobre ela sem a tocar

E a dança continua de maneira perfeita

De cá pra lá e de la pra cá.

Como é bela a natureza! Exclamo em deleite

Vendo a paciência da fêmea a esperar

Humildemente o recebe e aceita

Por ele ser fecundada sem protestar.

Sempre que ele sai e pula para o lado

A femeazinha se sacode toda

Se acomoda e espera seu namorado

Para a dança começar de novo.

A dança só para quando um homem nojento

Se acha no direito de os importunar

Acusando os canarinhos de indecentes

Agitando os braços para os expulsar

Diante de tal cena eu me retirei

Pois não estava ali pra desafiar

Aplaudo os pássaros e sua lei

E o que fazem para se perpetuar

Triste é o homem que utiliza_se do sexo

Para diversão e no sadismo maltratar

Pois aquele que expulsou os passarinhos

A natureza não é capaz de amar

Vê indecência em dois canarinhos

Que cumprem seu papel sem molestar

A ninguem que passa e depois no ninho

Vêem nos filhotes, a sua espécie continuar.

Numa agressão a Deus na natureza viva

O homem continua a destruir sem parar

Mata, vende, queima extinguindo a vida

Que bem na nossa frente teima em pulsar

Salvem os passarinhos e esta bela natureza!!!

Deixem nos cumprir seu papel sem pesar

Foi Deus quem os fez e a toda essa beleza

E tudo o que eles fazem é pra se preservar.

Nilma Rosa Lima
Enviado por Nilma Rosa Lima em 07/06/2016
Reeditado em 07/06/2016
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