O apelo de uma árvore

Sou uma árvore.

Estou aqui há muito tempo.

Tanto que talvez,

você nem tenha nascido,

porém eu já existia.

Já vivi e vi muitas coisas,

que não conseguirei te contar.

Eu não te peço nada de especial,

apenas que me deixe viver,

e se seu coração permitir,

que nunca me deixe perecer.

O vento brinca com minhas folhas secas,

e as joga nas ruas e em seu quintal.

Não se zangues comigo,

nem mande me cortar.

Sou sua amiga lembra?

O poluído ar que você respira,

é por mim purificado.

Minha copa protege e defende,

você do excessivo calor.

Absorvendo o ar quente,

e devolvendo-te frescor.

Os pássaros em mim se aninham,

por entre meus largos galhos.

Os insetos sentem-se atraídos,

pelas minhas perfumadas flores,

vindo alegremente as polinizar,

e assim o ciclo dos alimentos,

e de toda a vida,

continue a se perpetuar.

Quando eu estiver doente,

da mesma forma que você,

precisarei de um médico,

para poder me ajudar.

Não me deixes á míngua,

lentamente a penar.

Com o passar os anos,

meu tronco poderá apodrecer,

e ficarei afetada,

porém mesmo assim,

enquanto houver,

um ínfimo filete de vida em mim,

irei bravamente até o fim,

dando-te o melhor de meu ser,

para que você possa,

muito bem viver.

Kunti

Kunti
Enviado por Kunti em 25/05/2016
Reeditado em 20/04/2022
Código do texto: T5646673
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