O apelo de uma árvore
Sou uma árvore.
Estou aqui há muito tempo.
Tanto que talvez,
você nem tenha nascido,
porém eu já existia.
Já vivi e vi muitas coisas,
que não conseguirei te contar.
Eu não te peço nada de especial,
apenas que me deixe viver,
e se seu coração permitir,
que nunca me deixe perecer.
O vento brinca com minhas folhas secas,
e as joga nas ruas e em seu quintal.
Não se zangues comigo,
nem mande me cortar.
Sou sua amiga lembra?
O poluído ar que você respira,
é por mim purificado.
Minha copa protege e defende,
você do excessivo calor.
Absorvendo o ar quente,
e devolvendo-te frescor.
Os pássaros em mim se aninham,
por entre meus largos galhos.
Os insetos sentem-se atraídos,
pelas minhas perfumadas flores,
vindo alegremente as polinizar,
e assim o ciclo dos alimentos,
e de toda a vida,
continue a se perpetuar.
Quando eu estiver doente,
da mesma forma que você,
precisarei de um médico,
para poder me ajudar.
Não me deixes á míngua,
lentamente a penar.
Com o passar os anos,
meu tronco poderá apodrecer,
e ficarei afetada,
porém mesmo assim,
enquanto houver,
um ínfimo filete de vida em mim,
irei bravamente até o fim,
dando-te o melhor de meu ser,
para que você possa,
muito bem viver.
Kunti