CAI UMA CHUVA
A chuva caia fazendo ruídos na minha janela
Açodada pelo vento, rosnava, bramia,
Não era nada singela
Alegre e temeroso, eu me precavi
Por medo do escuro,
Acendi uma vela, clariei o dia.
Ela caiu desenvolta, cada vez mais áspera,
O vento também não dava tréguas,
Parecia estouro de boiada
Depois sumiu, deixando a chuva comandar o show
Despencando como uma cachoeira,
Cada vez mais forte, cada vez mais bela
Saciada do seu gozo brutal,
A chuva diminui, parecia fazer carinho nas folhas
As águas encharcam a terra,
Anunciando novas eras
Então a água penetra no couro amolecido do solo,
Começa lentamente a desaparecer
A chuva de vez se debela
Aliviadas pelo parto das águas, as nuvens se contorcem
O céu, festeja o coito perfeito, com trovões e fogos de artifício
S. Pedro está de sentinela!