A Inocência Que Não Teme Tempestade
Começa pela manhã uma chuva intensa.
Desaba mais forte a tempestade.
A enxurrada leva sujeira rua abaixo.
A terra inteira estava seca e necessitava água.
Vi ruas sendo de imediato alagadas.
Não havia mais aves nas arvores pousadas.
Se nelas houvessem ficado estariam mortas.
A chuva sem trégua inundou ruas inteiras.
Debaixo das marquises tinha inúmeras pessoas.
A tempestade desaba entrando em casas.
Muitas famílias perdem suas coisas.
Ouço o chorar de muitas delas.
Perderam tudo que ganharam em suas vidas.
A tempestade indiferente invadia as lojas.
Os empresários perdiam suas mercadorias.
Desaba a tempestade indiferente a tudo.
A água da chuva não pode penetrar terra adentro.
Tudo sobre a terra foi pelo homem pavimentado.
Agora vejo o completo desespero.
A tempestade não é para o homem um brinquedo.
Enquanto deseja toda tempestade.
Faço um barquinho todo de papel.
Tenho oito anos e sou apenas um menino.
Pego o meu barquinho de papel e vou na chuva.
Brinco com ele na enxurrada que está descendo.
Minha inocência não deixa da tempestade ter medo.
Vejo o meu barquinho na enxurrada afundando.
Minha felicidade foi ver por uns minutos boiando
nas águas barrentas da enxurrada o barquinho
indo embora após ser pelas águas desmanchado.
( JACQUES CALABIA LISBÔA JCLIS )
BELO HORIZONTE, 02 DE MAIO DE 2016. MG
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Inspirado no texto Haikai 5 da escritora "Eneida Cristina".
Link do texto:
http://www.recantodasletras.com.br/haikais/5621747
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