RETICÊNCIAS
A areia do mar é meu sofá...
As ondas, lindas almofadas;
No recreio ao sol bronzeio
Pensamentos meio tortos...
Jogo o olhar até o horizonte
E na incógnita do tempo
Vejo gigantes procelas no ar
A deslumbrar gaivotas felizes...
A vista alcança navios solteiros
Que navegam sinuosos, sem rumo.
Peixes acrobatas se lançam acima
E se deixam cair perante plateias
Que, em festa, plagiam a alegria...
Tudo percebo ancorado nas horas
Que tatuam devaneios submissos
A uma consciência que se afoga
No manjar salgado do dia festivo...
Lentamente os minutos se escoam
E a noite desce sobre seres ingênuos
Que ainda não têm onde dormir...
DE Ivan de Oliveira Melo