Águas

Há determinadas forças

Atemporais a nossa existência

Que são tão determinadas

Em realizar o curso da vivência

Da própria vida do universo

Como se estivesse além do inteiro

Até mesmo do infinito

Com nome de sentimentos

Feito de momentos

Que alimentam a eternidade

Seus poetas e suas iniquidades

Desafiando águas pesadas

Com sabor de madrugada

Sem domesticação

Pois não há nada

Que mude

Mas talvez deixe mudo.

Surdo? Não, os males do mundo gritam

Eis que penso diante das coisas:

A tristeza não pode ser amada

A paixão não será represada

A raiva não sofrerá coação

São munidas de razão e não-razão

A sobriedade precisa de motivação

A calma deve possuir sua munição

A esperança que não é sentimento

(é quase uma aura eternizada

em sua efemeridade.)

Somente a morte nos é relatada

Com silêncio de prisão

Antes disso são oceanos

Lagoas e riachos

Até as chuvas presas

Dos corpos atados

Tornando em represas

Das dúvidas renunciadas

Pela fragilidade de existir

Onde resistir

Além de uma tolice, sandice

O medo diante da euforia

Nunca foi um ato de sabedoria.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 14/04/2016
Código do texto: T5604512
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