Águas
Há determinadas forças
Atemporais a nossa existência
Que são tão determinadas
Em realizar o curso da vivência
Da própria vida do universo
Como se estivesse além do inteiro
Até mesmo do infinito
Com nome de sentimentos
Feito de momentos
Que alimentam a eternidade
Seus poetas e suas iniquidades
Desafiando águas pesadas
Com sabor de madrugada
Sem domesticação
Pois não há nada
Que mude
Mas talvez deixe mudo.
Surdo? Não, os males do mundo gritam
Eis que penso diante das coisas:
A tristeza não pode ser amada
A paixão não será represada
A raiva não sofrerá coação
São munidas de razão e não-razão
A sobriedade precisa de motivação
A calma deve possuir sua munição
A esperança que não é sentimento
(é quase uma aura eternizada
em sua efemeridade.)
Somente a morte nos é relatada
Com silêncio de prisão
Antes disso são oceanos
Lagoas e riachos
Até as chuvas presas
Dos corpos atados
Tornando em represas
Das dúvidas renunciadas
Pela fragilidade de existir
Onde resistir
Além de uma tolice, sandice
O medo diante da euforia
Nunca foi um ato de sabedoria.