CÉU DE FUMAÇA

Seresteiro, onde está a sua lua?

Trovador, onde estão as suas estrelas?

Oh, Meu Deus!

Essa saudade

que com a dor se assemelha

diante de um olhar

que desgostoso se ajoelha

sobre o chão de solo ressequido,

verte-se em lagrimas combalido

ao ver a natureza devastada.

E o poeta das rimas enluaradas

ergue os olhos para o céu

a espera de um milagre,

a espera de uma graça,

porém, diante de tanta desgraça,

se sentindo derrotado,

baixa a cabeça desolado,

ao vislumbrar no infinito

do horizonte que lhe abraça

ao invés da pureza de uma prece

apenas um rio que padece

sob um céu encoberto por fumaça