ninhos vazios

Sempre que começo a meditar

De passar por entre as matas

De olhar para os trançados dos arbustos

Pisar no solo úmido e cheiroso

Sentir o perfume das flores exalando no ar

Descobrir o amarelo e o roxo dos ipês

Me encantar de observar o vôo das borboletas

Me dedicar a prestar atenção

Na variedade das cores das flores

No aveludado das rosas a desabrochar

Pelos cantos dos muros ,casas e jardins

Penso com tristeza de saber

Que no alto das árvores falta algo natural

Falta o preenchimento dos ninhos emaranhados

Numa curva dum tronco com outro

Os ninhos encontram-se vazios

Onde foram parar os passarinhos?

Que por aqui não mais batem as asas?

Que por aqui não fazem mais os seus ninhos?

Por favor passarinhos sumidos

Voltem depressa pelo mesmo caminho

Para continuar a botar seus ovinhos

Nos seus quentinhos ninhos.

margarethrafael
Enviado por margarethrafael em 16/03/2016
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