ninhos vazios
Sempre que começo a meditar
De passar por entre as matas
De olhar para os trançados dos arbustos
Pisar no solo úmido e cheiroso
Sentir o perfume das flores exalando no ar
Descobrir o amarelo e o roxo dos ipês
Me encantar de observar o vôo das borboletas
Me dedicar a prestar atenção
Na variedade das cores das flores
No aveludado das rosas a desabrochar
Pelos cantos dos muros ,casas e jardins
Penso com tristeza de saber
Que no alto das árvores falta algo natural
Falta o preenchimento dos ninhos emaranhados
Numa curva dum tronco com outro
Os ninhos encontram-se vazios
Onde foram parar os passarinhos?
Que por aqui não mais batem as asas?
Que por aqui não fazem mais os seus ninhos?
Por favor passarinhos sumidos
Voltem depressa pelo mesmo caminho
Para continuar a botar seus ovinhos
Nos seus quentinhos ninhos.