CURUPIRA
CURUPIRA
Encontrei no igapó
Sentado no tronco do pau,
Comendo fruto do mato,
Enrolando um cipó,
Senti um medo danado
Minha garganta deu um nó.
Não pense que ele não sabe
Quem consigo carrega maldade,
Observa de longe, acredite, é bem verdade,
Da um forte assobio anunciando a perversidade.
No vendaval a direção vai atrapalhar,
Encontrou a sumaúma na sapopema vai tocar,
Seu som corre longe, lá vem gente ajudar.
O curupira é malino, e aí, quem vai encarar?
Protetor, conhece a mata, sua casa, seu lugar.
Caipora da licença, uma caça vou buscar,
A aldeia está em festa, caiçuma vem tomar,
Traz tua “poronga” e teu tabaco levanta fumaça no ar,
Até o espírito da floresta veio contigo celebrar.
Uka tana iuiria, sany indá, may-sangara!