Tempestade
O dia acordou tedioso, tristonho e manhoso
No céu nuvens cinzentas,negras e bem escuras
Anunciava a chegada da tempestade
Mas ninguém acreditava que ela viria
E o dia passou lentamente
E a vida seguiu se normalmente
O calor abrasador sufocava crianças, homens e animais
E o suor corria pelo rosto do cansado lavrador
Que arava os campos de sonhos
No final do dia
O tempo mudou de repente
O céu vestiu-se de negro
E nas funduras do mundo
Relampejava como miríades de sóis da galáxia
E o silêncio vespertino
Foi despertado pelo ribombar dos trovões
E terra seca, árida e sedenta
Preparou-se para receber aquela dádiva
Que vinha do céu em formas de gotas
E em pouco tempo, em questão de minutos, talvez segundos
A terra estava toda encharcada, molhada
E a vil enxurrada carregava voluptuosamente
Latas, pedras, lixo e folhas outonais
O mormaço vulcânico se recolheu silenciosamente
Nas frestas do arrebol
E uma frescura sem igual
Parecia abraçar todos os mortais
Homens, pássaros e animais
E a terra sedenta embriagou-se com a chuva
Que caia a cântaros por todos os cantos
E a copiosa chuva outonal
Lavou a alma dos homens, saciou a sede da plantas
E alegrou o mundo animal
E depois da tormenta
E depois do temporal
E depois da tempestade tão tempestuosa
A tarde de veste de vermelho, dourado e rosa
E nasce nos confins da terra
Entre as nuvens e os raios de sol
Bem nas funduras do arrebol
Um lindo arco-iris que anuncia
É tempo de bonança
A tempestade acabou de passar
E na noite escura milhões de estrelas
Voltaram a brilhar