NOITE DE PRIMAVERA
Nas noites de primavera, beijar das flores
Pasma o poeta, a enamorar a lua
Acalenta-me as estrelas, em amores
Como uma bela virgem, todinha nua.
Como o perfume de flores, no campo
Sopra suave em minha face; o vento
A noite me cobre com seu negro manto
A cochilar com os pássaros, diante do relento.
Os pirilampos clareiam-me, a alma
Grilo seresteiro, repetitivo refrão
Gélida brisa, que me sustem a calma
Festivais de cigarras, a afastar a solidão.
Beija com loucura a noite, o poeta
Tendo por palácio, a natureza
A essência dos cânticos divinos, que resta
Onde esse cantor, se entorpece de belezas
Estou sozinho porem, meu leito
È de brandas folhas e aromáticas flores
Onde as gotas de orvalho, me refrescam o peito
E as mariposas, me banham de cores.
Meu DEUS! Perdão, se a túnica da vida
È o véu da noite, que me veste
Em seus pontos de luz, encontro guarida
No berço da primavera minha alma adormece.