RIO JACUI

Meu jacuí meu velho rio

Que serpenteia serra e mata

Em tordilhas de lua e prata

Léguas aos acasos do chão

Teus romanços e correntezas

Nem um taura te domou

E tão pouco sofrenou

a tua xucra natureza

Soluçam pelos teus vaus

Ainda a rondas dos tropeiros

Pela alma dos guerreiros

lembrando cicatrizes sagradas

Pelas lutas encarniçadas

Na injusta guerra farrapa

Que no calor das trincheiras

Pelejava a indiada guapa

Meu jacuí tua imponência

Guardada legendário passado

Dos clarins de trinta e cinco

Os farroupilha cercados

Na febril batalha do fanfa

Tres dias a fogo serrado

Tuas águas tingiu de vermelho

Pelo sangue dos desgraçados

Sobranceiro rio crioulo

Das nascentes de passo fundo

Borbulhantes olhos d'água

Pros oceanos do mundo

Rebanhado água das sangas

Entre arroios restingas e mato

Adentrando mar pelo rio guaiba

E a bela lagoa dos patos

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 16/01/2016
Reeditado em 16/01/2016
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