Mare
a mare vai
a mare volta
como o pé e a bota
o mar caminha parado
ele se enche e passa
volta sereno
deixa em águas plácidas
o que não foi palatável
aos seus lábios salgados,
vai e volta
linha pura, sempre torta
ele nos ensina a caminhar
em águas turvas de um temporal
em águas profundas de um peito humano
nas noites longas de um vendaval
Ao doce dos rios, mare cheia
A boca da barra se abre
Na vazante suspende a lua cheia
E o dia amanhece quieto