O Coqueiro o Açoita Cavalo e a Figueira.
O açoita cavalo com seus galhos
Empurrava o coqueiro pra um lado
Mas o coqueiro teimoso
Insistia em ficar colado
Com suas folhas verdinha
Sempre embaixo da sombrinha
E num lugar bem arejado.
Então o açoita cavalo
Apelava pra raiz
Pra que sugasse a umidade
E matasse aquele infeliz
Mas o coqueiro inteligente
Mandou as suas raízes
Buscarem água na vertente.
Encontrando pouca água
Pra sua subsistência
O coitado do coqueiro
Foi mudando de aparência
O tronco foi afinando
As folhas amarelando
E ele pediu clemência.
Então o açoita cavalo
Caiu na realidade
Pois se o coqueiro morresse
Iria sentir saudade
Falou pra sua raiz
Que não podia ser feliz
Fazendo aquela maldade.
Ai o açoita cavalo
Passou a ajuda o coqueiro
Protegendo com sua sombra
O seu velho companheiro
Bem na margem da estrada
Com as raízes tramada
E a mesma época de floreio.
Um belo dia bem cedinho
Ainda estava serenado
O coqueiro e o açoita cavalo
A recém tinham acordado
Quando sentiram uma cósquinha
Era uma figueirinha
Que crescia bem do lado.
A cosca que eles sentiam
Era um galinho da figueira
Se entreverando entre os dois
E fechando uma clareira
Com as árvores abraçada
As brechas foram fechada
E deu uma sombra de primeira.
Depois que veio a figueira
Aumentou a alegria
Com sábias e saíras
Comendo frutos todo dia
Ninhos de beija flor e pombinha
E o João de barro na casinha
Fazendo uma cantoria.
Hoje olhando as três árvores
Bem ali na minha mira
Vejo o poeta canarinho
Pombinha rola saíra
E pôr entre os galhos em flor
Também vejo o beija flor
Sabiá pardal e carruira.
Nos galhos do açoita cavalo
Também vejo as barbas de pau
Onde as aves vem fazer ninho
Pra descascar filhotinhos
De tico tico e pardal
João de barro bentevi
Pinta silva e pica pau.