RIO NEGRO
Quem é que desce calmo,
Sem muita pressa de caminhar,
Encontra com o navegante
Segue avante e vai chegar.
Quem é que tem águas pretas,
Que inunda terras
E chama a árvore pra prosear.
Ouve as cantigas do Amazonas a cantarolar.
Quem é que em suas águas escuras
Guarda segredos de uma nação.
Ajuricaba o escolhido esse rio um dia batizou.
Amarrado, espancado, humilhado,
Do barco do ”descobridor” de negro o rio pintou.
Negro, negra, tuas águas contam historias,
Das memórias que Ajuricaba deixou.
Das lutas que ele travou,
E como caba era temido pelo explorador.
Oh negro, que continue a correr sem poluição,
Carregando em tua canoa fertilidade,
Que faz a vida germinar, nas águas e no nosso chão,
Em cada pulsar do teu negro coração.