UM RIO QUE ERA DOCE
Era uma vez um rio
Um rio de água doce
Que corria macio
Um rio belíssimo
O rio doce
Nas suas margens
Ou nos remansos fundos
Onde quer que se fosse
Pululava a vida
Nas suas aguas doces
Era uma vez um rio
Que lindos bagres e piavas
Um rio de águas mimosas
Caudalosas e escuras
Onde o homem pescava
Que destino deste rio
Como se ser humano fosse
Estava selado pela maldade
A morrer por desleixo, dilúvio
De lamas e crueldade
Chora agora o homem ribeirinho
Agonizam os peixes e a vida
Escancara a mãe natureza
O pus vermelho com sangue
Que vaza de suas feridas
Fala o homem, o veredicto saiu!
O que outrora era um rio
De vistas calmas de um horto
Nem mais água tem, só barro
O rio doce está morto!