A Promanação dos Elementos

I.

Chegada a máxima referência materna,

Devidamente despida de possíveis cismas,

Surge na escuridão das trevas, sempiterna,

Abençoando-nos com seus doces crismas.

Da primeira lágrima que do rosto escorreu,

Insurgiu os diversos oceanos cerúleos,

E assim certa parte das trevas, morreu,

Sob a proteção vigilante dos olhos hirtos.

Com uma flauta gigante, soprou aos céus,

E deu vida as ondas de ar, de várias forças,

E que entre o mar e o vento, não há labéus,

Assim criou aves invisíveis para fazer norças.

Seus dedos ebúrneos provocaram na escuridão,

Os medos irrenunciáveis das singelas iras,

Que ao contato com o epítome da imensidão,

Criou os vulcões revestidos em intensas piras.

II.

Mas teve de suscitar os desvarios da dúvida,

Quão mais bela sua criação se tornou,

Mais difícil era a simplicidade de criar a vida,

Contemplando beleza do quadro que pintou.

Revelando a preocupação que lhe era fato,

Como cuidar de toda a demanda a fundo?

Se perder a promessa daquilo que se fez inato?

A mãe de tudo com todos os anseios do mundo.

Engenhosa como toda mulher protetora,

Fecundou no átrio deste gigante planeta,

As raízes de todas as necessidades superiores,

E assim teceu seu grande manto violeta!

Para evitar que suas crianças não tornassem,

Maravilha da obra-prima em central de lápides,

Destacou tarefas à seus anjos que cuidassem,

Das partes, iniciando os ares, por suas sílfides.

III.

No útero da Terra, levantou-se uma alhambra,

E pois os sagrados conselheiros, incandescentes,

Em formato animalesco dos mais rastejantes,

Para o melhor contato com o solo: Salamandra!

Na criação das florestas: pulmões do universo,

Fez no interior de cada árvore, pequenos domos,

E a quem tentar contra elas um ato perverso,

Lidará com a fúria original dos guerreiros gnomos!

E para aqueles que achavam que houve oblivião,

A mãe não se esquece dos filhos, nem se faz ladina,

Nos mares onde ela parecia ter deixado um rincão,

E postou jovens filhas, conhecidas como ondinas!

Maravilhada, conseguiu debandar do ventre,

Centenas de milhares de espécies afora,

E seu coração era uma terra que dizia: entre,

E prosseguiu com a criação da fauna e a flora.

IV.

Na parturiência do amálgama de suas crianças,

Ela teria de ter olhos vividos para evitar derrocadas,

E no júbilo de suas ideias das suas semelhanças,

Fez várias meninas que se chamariam fadas.

Precisa nas suas vontades, ela assim as fez,

Com o tempero das destrezas usou os elementos,

E as misturou conforme as necessidades e porquês,

Fey é a que dá a vida e Banshee, seu perecimento.

O sopro da vida tinha que ser surpresa do original,

Faz-se justíssimo em usar deste éter feito de paixa,

Tal cósmica relação, será brindada com tal material,

Então a cada ser haverá um pouco de Akasha.

Quando tudo parecia certo, os elementos ensaiados,

Descansou quando seus guias ficavam de atalaia,

Para poder readquirir força e ter o âmago renovado,

Tal mãe como esta só poderia ser a antiga Gaia.

V.

Toda família tende a se ruir quando não há chefe,

E há alguns momentos que a prece ajuda e não dana,

Fez que a dona da natureza, criasse a fusão de alefe,

No meio da Terra, chamando de árvore de mana.

Dela irá escorrer o néctar da ressurreição da vida,

E para aqueles que discordarem do equilíbrio,

Não deverão provar desta delícia que quando bebida,

Far-se-á o corpo a rejuvenescer cheio de brio!

Ensaiando a véspera da inveja, a rude escuridão,

Lançou uma maldição no meio de tanta alegria,

Se houver feitos maléficos, permeados da ingratidão,

A madre superior perderá toda a sua energia.

O primeiro pecado, com certeza foi o desprezo,

Desacreditar nos seres protetores deste vasto reino,

Foi a primeira pedra feita de ímpio menosprezo,

Ignorar aqueles que mantêm o natural estado leino!

VI.

Depois os homens castigavam a real natureza,

Com a beligerância de sua própria imbecilidade,

Desmatando e não replantando sua ideal beleza,

Na aspereza, sentiu a reprovação da maternidade.

Não sabia como funcionava a alma dessa genética,

E muitos espécimes voltavam ao seu dorso,

Pois temia retornar a criação então maléfica,

Ela chorava por pensar que era um bruto aborso!

De tantos castigos sem sequer responder o mal,

Ela se deu por vencida, afinal, é dura a rejeição,

Destruiu tudo que o humano criou, tornando sal,

Fazendo sua aparição em prol de sua redenção.

Se tiver que agir com fogo, água, ar e terra,

Assim ela o fará sem qualquer apego aos seus,

Reiniciar é a resposta que ela assim se encerra,

Sem súplicas, pois não nos considera como seus!

VII.

Aplicou-se a voz forte e o timbre pesado

Palmatória ecológica a quem lhe fez o mal?

Se acharem que tal fato seria ignorado

Não agrida o irmão mesmo não sendo igual!

As ventanias são para lhe alertar o ouvido,

Que só se dão por entender quando o castigo,

É muito maior do que o que era pretendido,

Não se dizima o vizinho, pois ele era amigo.

E se necessário for ignorar todas as vezes,

Que a dureza está em não saber tratar,

É o retrato que a natureza não te feres!

Cabe a sua mãe saber como é melhor julgar.

E entre feridas e escárnios da ignorância,

Deve-se entender que não há ineditismo,

A estupidez não é coerente inobservância,

Não amar a mãe terra como único civismo.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 11/11/2015
Código do texto: T5445660
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.