Natureza pede vida
Vejo a primavera
Na sua natureza
Como imaginar
A natureza sem a primavera
Como vê-la
Primavera sem ela
Natureza...
Ideia sem o vento
Fantasia sem a água
Alucinação na falta da luz
Sem a vida...
Asfixiado sem o ar
Delir irando na ausência da chuva
Na escassez do mar
Acomodado
Na falha do amor
Na deficiência dos afagos
Nesta lacuna dos seus carinhos
Incomodado
Sem som dos pássaros alados
Com a carência de cores
Vejo a natureza...
Nas borboletas fadigadas
Vejo tudo e não sou nada
Neste universo perverso
Que a natureza se pôs
Natureza assentada...
Achacada dá o troco
Maltrata...
Esta gente que pouco vê
Mas sente na carne
A dor
Natureza sem primavera
Primavera sem a natureza
Não dá,
Não há,
Ah primavera!
Sonho tê-la e entregá-la ao mundo.