A Borboleta
Aos clarões apoteóticos da beleza,
Surge ovo-larva perante a natureza,
Que de um passo envereda pálida,
Esta prisão numa simples crisálida.
Polinizar o mundo é a sina da pupa!
Tal vontade presa na alma drupa,
Anunciando a chegada ao planeta,
E assim eclode sendo a borboleta.
O que mais me confunde é o ser,
Como entender sua efemeridade?
Deslumbrada se torna em se ater.
O que à toa parece ser suavidade,
Aos olhos dos demais não é poder,
Dar ao tempo: intensa relatividade!