POEMA: O SERTÃO ESQUECIDO
O sertão virou deserto
Com essa seca tremenda
O caboclo nordestino
Se despede da fazenda
Bate o pé e vai embora
Em busca de outra vivenda
A seca enorme acabou
Com os verdes matagais
O campesino faminto
Se lamenta até demais
Vendo a fome miserável
Devorar seus animais
Dois e mil quinze falhou
Como disse a previsão
O nosso humilde roceiro
Sentiu no seu coração
A falta d’água potável
No seu querido rincão
Faz pena ver-se o sertão
Viver bastante esquecido
Embora a politicagem
Queira ali fazer partido
Afim de tirar proveito
Do sertanejo sofrido
Além da fome terrível
A sede também maltrata
Ao nosso irmão camponês
Que mora dentro da mata
Sendo ele a maior vítima
Desta seca tão ingrata
Como sertanejo sinto
Doer no meu coração
Ver nosso sertão querido
Padecer tanta aflição
Enquanto a classe política
Não respeita o meu sertão
Sem água e pão pra comer
O nordestino esmorece
Enquanto a classe política
Disputa a rica benesse
Faz vista grossa ao sertão
E do sertanejo esquece
O sertão sempre viveu
A mais tremenda aridez
Quando não chove por lá
Aumenta sua escassez
E quem mais sofre com isso
É nosso irmão camponês
O que me deixa mais triste
É ver nosso agricultor
Trabalhar constantemente
E morrer sem ter valor
E apenas ser respeitado
Como pequeno eleitor
Termino meu poemeto
Sentindo grande emoção
Em ver a classe política
Brigando sem precisão
Negando total apoio
Ao nosso humilde sertão
Autor: Antônio Agostinho