Mãos insensatas
Mãos insensatas
A terra perdida, em desarmonia
Trouxe ao homem dor e pesar
Na face calada e aflita surgia
A indignação em todo caminhar...
O sorriso sem graça camuflava
O sofrimento pela morte de Gaia
Chorava a floresta que vazia estava
Da balouçar das árvores em harmonia...
Sofriam todos, o verão se estendia
Por todo o ano sem cair uma só gota
Do firmamento denso onde não se via
Sinal de chuva, nem uma nuvem solta...
A primavera não chegou, verão no inverno
A natureza assediada por mãos insensatas
Perdeu o viço; seu coração antes eterno
Enrijeceu, virou fogueira no seio das matas...
Os rios secaram e a morte dos animais
Trazia dor a todo ser que ainda vivia
No coração de cada um não se via mais
Alento, coragem para matar a nostalgia...
Mena Azevedo